segunda-feira, 18 de junho de 2007

Benjamim

Benjamim - 100 min. - Brasil - 2004

Direção: Monique Gardenberg
Roteiro: Jorge Furtado, Glênio Póvooas e Monique Gardenberg, baseado em livro de Chico Buarque
Produção: Paula Lavigne e Augusto Casé
Música: Monique Gardenberg
Fotografia: Marcelo Durst
Desenho de Produção: Daniel Flaksman
Direção de Arte: Marcos Flaksman
Figurino: Marcelo Pies
Edição: João Paulo Carvalho

Elenco
Paulo José (Benjamin Zambraia)
Cléo Pires (Ariela Masé / Castana Beatriz)
Danton Mello (Benjamim - jovem)
Chico Diaz (Alyandro Sgaratti)
Guilherme Leme (Jeovan)
Rodolfo Botino (Gâmbolo)
Ernesto Piccolo (Zorza)
Mauro Mendonça (Dr. Campoceleste)
Nélson Xavier (Dr. Cantagalo)
Miguel Lunardi (Prof. Douglas)
Pablo Padilha (Inquilino)
Dada Maia (Recepcionista da imobiliária)
Micaela Góes (Aninha)
Ana Kutner (Assistente de Gâmbolo)
Ivone Hoffman (Governanta)
Zeca Pagodinho
Wando

Sinopse
Ao conhecer a jovem Ariela Masé (Cléo Pires), de espantosa semelhança com o grande amor de seu passado, o veterano e esquecido modelo publicitário Benjamim Zambraia (Paulo José) revive as delícias e horrores da paixão. A "reencarnação" da sua amada Castana Beatriz tem algo mais a lhe oferecer: um acerto de contas com a sua própria consciência.

Premiações
- Recebeu 7 indicações ao Grande Prêmio Cinema Brasil, nas seguintes categorias: Melhor Ator (Paulo José), Melhor Atriz (Cléo Pires), Melhor Ator Coadjuvante (Chico Diaz), Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Figurino, Melhor Maquiagem e Melhor Trilha Sonora. - Ganhou o prêmio de Melhor Atriz (Cléo Pires), no Festival do Rio.
- Ganhou 4 Lentes de Cristal no Festival de Cinema Brasileiro de Miami, nas seguintes categorias: Melhor Filme, Melhor Ator (Paulo José), Melhor Edição e Melhor Direção de Arte.

Curiosidades
- Benjamim é o 2º filme dirigido por Monique Gardenberg. O anterior fora Jenipapo (1995).
- Benjamim é o 2º livro de Chico Buarque a ser adaptado para o cinema. O anterior fora Estorvo (2000).
- Monique Gardenberg escreveu sozinha o 1º tratamento do roteiro, que seria depois aprimorado juntamente com Jorge Furtado e Glênio Póvoas. Levou 4 anos para escrever a adaptação, levantar a produção e fazer o filme.
- Filme de estréia de Cléo Pires no cinema.
- Danton Mello e Paulo José trabalharam juntos na caracterização do modo de andar de Benjamim Zambraia, incluindo as hesitações que exprimem a insegurança do personagem. Até a imitação de Elvis Presley, que só cabia a Danton fazer diante das câmeras, Paulo não se furtou a experimentar no set.
- Danton Mello teve que emagrecer quase 10 quilos à base de ginástica aeróbica e dieta alimentar, para ganhar os contornos de um galã dos anos 60. E teve que observar atentamente o trabalho do ator Paulo José, que interpreta o mesmo personagem no filme.
- O apartamento de Paris foi cenografado no Hotel Glória. As salas da Imobiliária Cantagalo, com suas vistas quase aéreas, foram inteiramente montadas nas dependências da produtora Dueto Filmes, uma casa plantada no chão da Zona Sul carioca.
- Foi exibido na mostra Première Brasil, do Festival do Rio 2003.

Monique Gardenberg

Nascida em 1958, em Salvador, Bahia, Monique Gardenberg é uma artista multimídia, com atuações importantes em várias frentes: música, dança, videoclipe, teatro e, claro, cinema.
Depois de passar um período da infância em São Paulo, Monique Gardenberg trocou a Bahia pelo Rio de Janeiro em meados da década de 70 , onde cursa Economia.
Em 1982, associa-se com a irmã Sylvia Gardenberg – falecida em 1998 – e juntas fundam a "Dueto Produções", uma das mais importantes produtoras do país, responsável por festivais históricos de música e dança, respectivamente, o "Free Jazz Festival" e o "Carlton Dance", e de shows internacionais de grande porte, como o dos "Rolling Stones".
No final da década de 80, Monique Gardenberg cursa cinema na Universidade de Nova York, cujo trabalho final foi o curta "Day 67", realizado em 1989.
O primeiro filme dirigido no Brasil foi o premiado curta-metragem "Diário Noturno", em 1993, vencedor de quatro prêmios no Festival de Gramado, incluindo Melhor Direção. Protagonizado por Marieta Severo, o curta revela o talento da nascente diretora através da história de uma funcionária pública que foge de sua cotidiano medíocre através dos sonhos. "Diário Noturno" foi selecionado também para o Festival de Veneza.
Em 1996 estréia no formato longa-metragem com "Jenipapo", um filme um tanto irregular, principalmente no uso da língua inglesa falada por personagens brasileiros, mas que também já demonstra um talento de uma cineasta em formação. O filme foi selecionado para o Festival de Sundance e exibido em Toronto e Roterdã.
O talento cinematográfico de Monique Gardenberg revela-se com toda força em seu segundo longa, "Benjamim", uma adaptação cinematográfica do livro homônimo do escritor, compositor e cantor Chico Buarque, realizada em 2004.
Monique Gardenberg assina o roteiro junto com Jorge Furtado e Glênio Povoas, nesse interessantíssimo filme sobre um ex-modelo cinquentão que se confronta, delirantemente, com o seu passado e o seu presente ao conhecer uma jovem estonteante. Protagonizado pelo mestre Paulo José, o filme revelou Cléo Pires, filha da atriz Glória Pires e do ator, cantor e compositor Fábio Jr, para o Brasil.
Por sua interpretação dupla no filme, Cléo Pires recebeu o prêmio de Melhor Atriz no Festival do Rio em 204. O filme foi premiado também no Festival de Cinema Brasileiro de Miami, vencendo quatro categorias: Melhor Filme; Melhor Ator; Melhor Direção; Melhor Edição. Monique Gardenberg assinou também a direção musical do filme.
Monique Gardenberg tem forte relação com a musical e por isso assinou quase duas dezenas de videoclipes e também os filmes musicais dos shows de Caetano Veloso, "Caballero de Fina Estampa" (1996) e " Prenda Minha" (1999), exibidos na televisão e também distribuídos em DVDs.
Em 2002 Monique Gardenberg inaugura nova frente de trabalho, dessa vez estreando como diretora teatral em grande estilo no grandioso projeto "Os Sete Afluentes do Rio Ota". Aplaudida pela crítica, ela dá seguimento à carreira teatral dirigindo seu segundo espetáculo, "Baque".
Em seu próximo longa-metragem, Monique Gardenberg vai revisitar às origens paternas com filme ambientado no gueto de Varsóvia.

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Carlota Joaquina, Princesa do Brasil

(100 min. - Brasil - 1995)
Estúdio: Elimar Produções Artísticas
Distribuição: Elimar Produções
Direção: Carla Camurati
Roteiro: Carla Camurati e Melanie Dimantas
Produção: Bianca de Felippes e Carla Camurati
Música: André Abujamra e Armando Souza
Fotografia: Breno Silveira
Desenho de Produção: Tadeu Burgos e Emília Duncan
Direção de Arte: Tadeu Burgos e Emília Duncan
Figurino: Tadeu Burgos, Marcelo Pires e Emília Duncan
Edição: Cézar Migliorin e Marta Luz
Elenco
Marco Nanini (D. João VI)
Marieta Severo (Carlota Joaquina)
Ludmila Dayer (Yolanda / Jovem Carlota Joaquina)
Antônio Abujamra (Conde de Mata-Porcos)
Maria Fernanda (Rainha Maria I)
Eliana Fonseca (Custódia)
Beth Goulart (Princesa Maria Teresa)
Thales Pan Chacon (Médico)
Vera Holtz (Maria Luísa de Parma)
Bel Kutner (Francisca)
Ney Latorraca (Jean-Baptiste Debret)
Aldo Leite (Lobato)
Norton Nascimento (Fernando Leão)
Marcos Palmeira (D. Pedro I)
Chris Hieatt (Lorde Strangford)
Carla Camurati
Maria Ceiça
Sinopse
Um painel da vida de Carlota Joaquina (Marieta Severo), a infanta espanhola que conheceu o príncipe de Portugal (Marco Nanini) com apenas dez anos e se decepcionou com o futuro marido. Sempre mostrou disposição para seus amantes e pelo poder e se sentiu tremendamente contrariada quando a corte portuguesa veio para o Brasil, tendo uma grande sensação de alívio quando foi embora.
Curiosidades
- É a partir do lançamento de Carlota Joaquina, Princesa do Brasil que se considera o início do renascimento do cinema brasileiro, praticamente extinto no período em que Fernando Collor governou o país.
- Carlota Joaquina é o 1º filme dirigido por Carla Camuratti.
- É o 1º de 3 filmes em que a diretora Carla Camurati e o ator Marco Nanini trabalharam juntos. Os demais foram Copacabana (2001) e Irma Vap - O Retorno (2006).

Carla Camurati

Durante toda sua trajetória, o Cinema Nacional registra casos de atrizes que acabaram atrás das câmeras, tornando-se cineastas – Carmen Santos, Gilda de Abreu, Norma Bengell e Ana Maria Magalhães são alguns exemplos. E nessa galeria está reservado, sem dúvida nenhuma, um lugar todo especial para Carla Camurati.Nascida em 14 de outubro de 1960, no Rio de Janeiro, Carla Camurati inicia sua carreira artística no início da década de 80, com trabalhos no teatro, na televisão e no cinema. Mesmo atuando em novelas, inclusive como protagonista, a atriz sempre marcou presença nas telas, onde estréia já levando para casa um prêmio: o de Melhor Atriz Coadjuvante no Festival de Gramado, pela atuação no surpreendente `O Olho Mágico do Amor`.
Filme de estréia dos parceiros José Antonio Garcia e Ícaro Martins, a ação de `O Olho Mágico do Amor` está situada na Boca do Lixo – famosa rua do Triunfo em São Paulo, onde se agregavam produtores, distribuidores e exibidores, marcada pelo universo das pornochanchadas.
Carla Camurati torna-se então musa da dupla, com quem realiza uma trilogia composta ainda pelos filmes `Onda Nova` e `Estrela Nua`. Na década de 90, participa também de `O Corpo`, agora dirigida só por José Antonio Garcia.Como atriz, Carla Camurati tem bons momentos no cinema brasileiro, como no curta `A Mulher do Atirador de Facas`, no urbano paulista ´Cidade Oculta´, em `Eternamente Pagu` e em `Lamarca`.
No entanto, seu maior sucesso se dá ao dirigir seu primeiro longa, `Carlota Joaquina, Princesa do Brasil`, em 1995. O filme leva mais de um milhão de espectadores às salas e torna-se símbolo oficial da retomada do cinema brasileiro.
A atriz, que já vinha da direção de dois curtas, `A Mulher Fatal Encontra o Homem Ideal` e `Bastidores’, parte então, depois de ´Carlota`, para a direção de mais dois filmes: `La Serva Padrona` e `Copacabana`, afastando-se, por enquanto, da carreira de atriz.Carla Camurati é sócia das produtoras Bianca de Felippes e Bianca Costa na "Copacabana Filmes e Produções". Além da produção dos filmes da cineasta, a Copacabana distribuiu títulos como "Bellini e a Esfinge", de Roberto Santucci, e "Janela da Alma", de Water Carvalho e João Jardim.
O novo filme produzido pela Copacabana é o belo "Espelho D’Água – Uma Viagem pelo Rio São Francisco", de Marcus Vinícius Cezar.
- `O Olho Mágico do Amor` (1981), de José Antônio Garcia e Ícaro Martins - atriz;- `Onda Nova` (1983), de José Antônio Garcia e Ícaro Martins - atriz;- `A Estrela Nua` (1984), de José Antônio Garcia e Ícaro Martins - atriz;- `A Mulher do Atirador de Facas` (1984), curta de Nilson Villas-Boas - atriz;- `Os Bons Tempos Voltaram: Vamos Gozar Outra Vez` (1985), de Ivan Cardoso e John Herbert - atriz;- `Cidade Oculta` (1986), de Chico Botelho - atriz;- `Eternamente Pagu` (1987), de Norma Bengell - atriz;- `A Mulher Fatal Encontra o Homem Ideal` (1987), curta de Carla Camurati, roteiro, direção e atriz;- `Bastidores’ (1990), curta de Carla Camurati, roteiro e direção;- `O Corpo` (1991), de José Antônio Garcia – atriz e roteirista (co-roteiro J.A.Garcia);- `Ele me Bebeu’ (1991), roteiro com José Antonio Garcia;- `Lamarca` (1994), de Sérgio Rezende - atriz;- `Carlota Joaquina, Princesa do Brasil` (1995), de Carla Camurati, roteiro (co-roteiro Melanie Dimantas) e direção;- `La Serva Pdrona` (1998), de Carla Camurati – direção e roteiro;- `Copacabana`(2001), de Carla Camurati – roteiro e direção;- `Espelho D`Água - Uma Viagem Pelo Rio São Francisco' (2004), de Marcus Vinícius Cézar - produtora


Texto de http://www.mulheresdocinemabrasileiro.com/carlacamurati.htm